23 de mai. de 2010

Tributo a um cão














“O mais altruísta dos amigos que o homem pode ter neste mundo egoísta, aquele que nunca o abandona e nunca mostra ingratidão ou deslealdade, é o cão.Senhores jurados, o cão permanece com seu dono na prosperidade e na pobreza, na saúde e na doença. Ele dormirá no chão frio, onde os ventos invernais sopram e a neve se lança impetuosamente, se lá seu dono estiver. Quando somente ele estiver ao lado de seu dono, ele beijará a mão que não tem alimento a oferecer, ele lamberá as feridas e as dores que resultam dos encontros com a violência do mundo. Ele guarda o sono de seu pobre dono, como se fosse um príncipe. Quando todos os amigos o abandonarem, o cão permanecerá. Quando a riqueza desaparece e a reputação se despedaça, ele é constante em seu amor, como constante é o sol, em sua viagem através do firmamento. Se a fortuna arrasta o dono para o exílio, o desamparo e o desabrigo, o cão fiel perde o privilégio maior de acompanhá-lo, para protegê-lo contra o perigo, e para lutar contra seus inimigos. E quando a última cena se apresenta, a morte o leva em seus braços, e seu corpo é deixado na laje fria, não importa, que todos os amigos sigam o seu caminho: Lá, ao lado de sua sepultura, se encontrará seu nobre cão, a cabeça entre as patas, os olhos tristes, mas em atenta observação, fé e confiança, mesmo à morte.”

Este tributo foi apresentado ao júri pelo ex senador George G. Vest. (advogado) que representou o proprietário de um cão morto a tiros, propositalmente pelo vizinho. O fato ocorreu há um século na cidade de Warrensburg, Missouri EUA. O senador ganhou a causa e hoje existe uma estátua do cão na cidade e seu discurso está inscrito na entrada do tribunal de justiça, ainda existente na cidade.