Todo espírito é meio-cigano!
Ao longo das muitas vidas, viaja muito.
Uma hora, é mulher; outra hora, homem...
Eternamente viajando...
Quantas vezes dançou em volta de fogueiras?
Quantas vezes teve seu sono embalado pelos pais,
enquanto ouvia histórias sobre heróis e fadas?
Quantas vezes amou, brigou e entrou e saiu de corpos transitórios?
Quantos parceiros já teve?
Que riqueza é a reencarnação!
Poder ser homem ou mulher; alto ou baixo; branco ou negro;
amarelo ou vermelho; gordo ou magro. Tudo é possível!
A riqueza está na mudança, na possibilidade de ir e vir, sempre...
O espírito é o mesmo, mas a roupagem muda, como deve ser.
Os milênios passam, as vidas se sucedem, e as danças mudam!
Quem não aceita a reencarnação, é porque quer tudo igual,
sempre formatado de acordo com a própria intransigência.
No entanto, o idoso de hoje será a criança do futuro.
E a criança de agora é o velho de outrora!
Atrás do véu dos sentidos e dos corpos, o mesmo espírito.
Nos olhos - azuis, verdes, castanhos, claros ou negros -,
o mesmo brilho do eterno.
Que maravilha poder ser tudo, de todos os jeitos!
Poder aprender bastante, sendo muitos!
E, ao mesmo tempo, sendo o mesmo!
Todo espírito é meio-cigano, pois viaja muito...
E dança em volta das fogueiras do infinito.
E a Mãe Divina - ou Pai Divino, se quiserem -,
dança junto, dentro de cada ser.
A vida jamais será do jeito que os homens desejam.
Cada dança é diferente das outras; cada momento é uma dádiva;
cada vida, uma grandeza! Mudam as vestimentas e os costumes.
Contudo, o dançarino é o mesmo, pois é eterno!
Que todas as danças sejam lindas!
Que os dançarinos sejam muito felizes!
Comemorem a vida, do jeito que ela vier!