CHEGUE NA PAZ

27 de mai. de 2014

Mediunidade


Importante saber diferenciar a mediunidade na Umbanda e no Espiritismo para evitar falar sobre o que não sabe e alimentar preconceito e separatismo religioso. São formas diferentes de atuação com o mesmo objetivo. Muita paz.

MEDIUNIDADE KARDECISTA X MEDIUNIDADE UMBANDISTA

Muito importante diferenciar a mediunidade de Umbanda com a de Kardec para que sirva como resposta aos constantes ataques sofridos pelos umbandistas, ataques quase sempre oriundos do desconhecimento e do preconceito, por parte de alguns religiosos e de seus seguidores. Quais as reais diferenças entre a mediunidade da mesa kardecista (espírita) e a mediunidade de Umbanda?

A mediunidade no chamado espiritismo de mesa é acentuadamente mental, as comunicações são quase telepáticas, predominantemente inspirativas, isto é, os espíritos atuam mais sobre a mente dos médiuns, pois a atividade do espiritismo se processa mais no plano mental. Espiritismo de mesa não tem a missão de atuar no baixo astral contra as falanges do mal, como acontece com a Umbanda. Ele é quase exclusivamente doutrinário, mostrando aos homens o caminho a ser seguido a fim de se elevarem verticalmente a Deus. Sua doutrina fundamenta-se principalmente na Lei da Reencarnação e na Lei de Causa e Efeito. Abre a porta, mostra o caminho iluminado e aconselha o homem a percorre-lo a fim de alcançar a sua libertação dos renascimentos dolorosos em mundos de sofrimentos, como é o nosso atualmente, candidatando-se à vivência em mundos melhores.

Em virtude disso, a defesa espiritual do médium kardecista (espírita) reside quase exclusivamente na sua conduta moral e elevação dos sentimentos, portanto os espíritos que trabalham na mesa kardecista (espírita), após cumprirem suas tarefas benfeitoras, devem atender outras obrigações inadiáveis. É da tradição espírita kardecista (espírita) que os espíritos manifestem-se pelo pensamento, cabendo aos médiuns transmitirem as idéias com o seu próprio vocabulário e não as configurações dos espíritos comunicantes, embora algumas vezes isso ocorra.

Em face do habitual cerceamento mediúnico junto às mesas kardecistas (espírita), os espíritos tem de se limitar ao intercâmbio mais mental e menos fenomênico, isto é, mais idéias e menos personalidade. Qualquer coação ou advertência contraria no exercício da mediunidade reduz-lhe a passividade mediúnica e desperta a condição anímica. Por esta razão há muito animismo na corrente kardecista (espírita).

A faculdade mediúnica do médium ou "cavalo" de Umbanda é muito diferente da do médium kardecista (espírita), considerando-se que um dos principais trabalhos da Umbanda é atuar no baixo astral, submundo das energias degradantes e fonte primaria da vida. Os médiuns de Umbanda lidam com toda a sorte de tropeços, ciladas, mistificações, magias e demandas contra espíritos sumamente poderosos e cruéis, que manipulam as forças ocultas negativas com sabedoria. Em conseqüência, o seu desenvolvimento obedece a uma técnica especifica diferente da dos médiuns kardecistas (espírita).


Para se resguardar das vibrações e ataques das chamadas falanges do mal, ele tem de valer-se dos elementos da natureza, tais como : banhos de ervas, perfumes, defumações, oferendas nos diversos reinos da natureza, fonte original dos Orixás, Guias e Protetores, como meios de defesa e limpeza da aura física e psíquica, para poder estar em condições de desempenhar a sua tarefa, sem embargo da indispensável proteção dos seus Guias e Protetores espirituais, em virtude de participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente a ação dos espíritos das falanges negras, isto é, do mal que os perseguem sistematicamente. Por isso a proteção dos filhos de Terreiro é constituída por verdadeiras tropas de choque comandadas pelos EXÚS, conhecedores das manhas e astucias das falanges do mal. Sua atuação é permanente na crosta da Terra e vigiam atentamente os médiuns contra investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela evocação de pensamentos ou de conduta moral superior, ainda bastante rara entre as melhores criaturas.

Os Chefes de Legião, Falanges, Sub-falanges, Grupamentos e Protetores, também assumem pesados deveres e responsabilidade de segurança e proteção de seus médiuns. É um compromisso de serviço de fidelidade mutua, porem, de maior responsabilidade dos Chefes de Terreiro. Daí as descargas fluidicas que se processam nos Terreiros, após certos trabalhos, com a colaboração das falanges do mar e da cachoeira, defumação dos médiuns e do ambiente e através da água fluidificada. Espírito que reencarna com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe no espaço, na preparação de sua reencarnação, nos seus plexos nervosos ou chacras, um acréscimo de energia vital eletromagnética necessária para que ele possa suportar a pesada tarefa que irá desempenhar.

Na corrente kardecista (espírita), isto não é necessário, pois o médium kardecista não terá que enfrentar trabalhos de correntes tão ferrenhas do mal como acontece com o médium da Umbanda, e nem mesmo permitir aos guias espirituais atuarem mais fortemente nas regiões dos plexos, assumindo o domínio do seu corpo físico e plasmando nele suas principais características. Por isso, vemos caboclos e pretos-velhos revelarem-se nos Terreiros com linguagem simplificada para melhor compreensão da massa humilde, assim como as crianças, encarnando suas maneiras infantis para melhor aceitação das mesmas.

Um bom livro sobre o assunto é: “Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho” – W. W. da Matta e Silva, onde há um relato de Pai Ernesto de Moçambique sobre a diferença entre a mediunidade da “mesa kardecista (espírita)” e a mediunidade de Umbanda.

Centro Espírita Filhos de Fé