CHEGUE NA PAZ

21 de nov. de 2012

Há pessoas que não sabem o que é o sorriso, e por isso o trocam por uma lágrima. Não sabem o que é um canto, e o trocam por um grito de agonia. Não sabem o que é uma amizade, e a trocam pela antipatia. Não sabem o que é o amor, e o trocam por um grande ódio. Não sabem o que é a paz, e a trocam pela intriga. Não sabem o que é a verdade e a trocam por um mundo corrido de mentiras. Não sabem o que é uma flor, uma árvore, uma paisagem e trocam-nas por uma poluição desenfreada. Não sabem o que é o diálogo, e se trancam dentro de si mesmas. Não sabem o que é união, e vivem isoladas. Não sabem quem é Deus, e o trocam por superstições vazias. Não sabem o que é vida, e vivem trocando-a pela morte. Todas estas trocas são feitas porque o mais cômodo tem caminhos mais fáceis e que acabam por levar a lugar algum. Pelo contrário, apenas atrapalham, esvaziam, machucam, destroem.

Não existe maior bem do que fazer a felicidade de alguém. Nem nada menos caro, nem
mais fácil, pois que a felicidade é algo que se pode oferecer em gestos, e atenções. Se olhamos à nossa volta, percebemos que a carência humana está no fato das pessoas terem perdido os valores imateriais a favor dos materiais. Compra-se quase tudo em nossos dias...mas o bem ninguém compra. Compra-se até companhia, mas não a sinceridade. Compra-se conforto, mas não a paz de espírito, não a tranqüilidade, menos ainda a felicidade. Esta a gente oferece. 

Há uma grande diferença entre o dar e o oferecer. Quando damos, estendemos a mão, mas quando oferecemos... é nosso coração que entregamos junto, é um pedacinho de nós que vai caminhando na direção do outro e o bem que ele provoca retorna ao nosso interior. Tornamos pessoas felizes quando damos de nós mesmos. E damos de nós quando oferecemos o que quer que seja de coração escancarado. O grande mal do mundo consiste no fato das pessoas guardarem coisas para si. Guardam bens, guardam sentimentos, guardam declarações, guardam ressentimentos, falam ou calam na hora errada. Vivem de aparências com as gavetas da alma repletas de coisas inúteis. E quando morrem, tornam-se pó, como todo mundo, sem ter aproveitado o tempo para compartilhar, com honestidade, o bem que a vida lhes ofereceu. 

A maior herança que podemos deixar à humanidade é o amor que oferecemos de várias formas, são as pequenas felicidades do dia-a-dia que vamos distribuindo aqui e acolá, a compreensão que acalma as almas inquietas e a ternura que abranda os desenganos da vida. E o que representa a felicidade hoje pode não representar amanhã. Por isso ela é tão múltipla, tão incompreendida e tão necessária. Por isso é tão importante distribuir sorrisos, plantar flores... fazer visitas, dar bom dia e boa noite, não se esquecer dos abraços, dos e-mail’s e dos te amo imprescindíveis ao coração.

Letícia Thompson