Mencionamos, com muita freqüência, que os inimigos exteriores
são os piores expoentes de perturbação que operam em nosso prejuízo.
Urge, porém, olhar para dentro de nós, de modo a descobrir que
os adversários mais difíceis são aqueles de que não nos podemos
afastar facilmente, por se nos alojarem no cerne da própria alma.
Dentre eles, os mais implacáveis são:
- o egoísmo, que nos tolhe a visão espiritual, impedindo vejamos
as necessidades daqueles que mais amamos;
- o orgulho, que não nos permite acolher a luz do entendimento,
arrojando-nos a permanente desequilíbrio;
- a vaidade, que nos sugere a superestimação do próprio valor,
induzindo-nos a desprezar o merecimento dos outros;
- o desânimo, que nos impele aos precipícios da inércia;
- a intemperança mental, que nos situa na indisciplina;
- o medo de sofrer, que nos subtrai as melhores oportunidades
de progresso, e tantos outros agentes nocivos que se nos instalam no Espírito,
corroendo-nos a energias e depredando-nos a estabilidade mental.
Para a transformação dos adversários exteriores contamos, geralmente,
com o amparo de amigos que nos ajudam a revisar relações,
colaborando conosco na constituição de novos caminhos; entretanto,
para extirpar os que moram em nós, vale tão-somente o auxílio de DEUS,
com o laborioso esforço de nós mesmos.
EMMANUEL - Francisco Cândido Xavier
Livro: ALMA E CORAÇÃO