CHEGUE NA PAZ

23 de ago. de 2012

A Mente e a Vida

A mente funciona como uma corda de feixes psíquicos. 

Cada feixe enovela-se sobre si mesmo e sobre os demais, tecendo uma rede de significados, de troca de idéias, de percepções, de sensações, de sentimentos, de ajuizamentos.

Não pretenda torná-la um conjunto de linhas retas, trabalhando em sistema codificado precisamente, pois que, além de tudo, este feixe é vivo, metamorfoseando-se a cada momento, criando novas teciduras (ou seja: não só novos fios como novas voltas entre os fios) em sua intimidade, à medida que vivencia novas experiências.

Entenda que, em muitos aspectos, administrar a casa mental é respeitar-lhe as limitações e estruturas, começando sempre por aí qualquer processo substancial e verdadeiro de mudança em seus arcabouços.
Assim, trate de, primeiramente, conhecer-se em profundidade. Leia cada impulso dentro de si: sua história, suas intenções dissimuladas no inconsciente, seus entrelaçamentos com outros departamentos e necessidades de sua psique. Depois, procure ajuda abalizada, para lhe ajudar a nortear a direção e os processos relacionados à sua gerência da vida psíquica. Inclua, até mesmo, em tais auto-estudos, os objetivos de vida, paradigmas de interpretação da realidade e os próprios conceitos sobre si, porque tudo, até mesmo tais níveis básicos de percepção do mundo e de si próprio, está envolvido no trabalho de elaboração da mente e da alma.
Acostume-se à gangorra de crise e solução de crise, porque é destes vais-e-vens, destas subidas e descidas, descidas cada vez menores e menos freqüentes, para subidas cada vez maiores e mais freqüentes, retrações progressivamente mais modestas, para expansões e aprofundamentos da psique crescentemente mais amplos, que a vida é feita.
Acostume-se ao caos, que fomenta a criatividade, porque ele virá, fatalmente, depois de um lapso imprevisível de tempo, gozando do estado de resolução de sua atual crise. E observe, por sinal, como, de alguma forma, sempre se está envolvido com a busca de solução de problemas, de concepção de significados, de busca de causas e finalidades em algum setor de sua existência. E, diante de tal constatação, sorria em meio à tempestade, porque, como sabe, no olho do furacão, jaz a calmaria. Pretender sair dele, porém, é que constitui o verdadeiro perigo, iniciativa esta cheia de devastação e ruína, em medidas talvez gigantescas, em extensão de prejuízos.
Quem jaz sereno, a despeito do que acontece fora de si, não só está feliz, como ainda se faz mais criativo e resolutivo, prático e resiliente, de modo que, acontecendo o que for, sabe sempre extrair o melhor de cada experiência, seguindo fortalecido e mais sábio, para as próximas etapas de aprendizado e crescimento, ofertadas como dádivas e magníficas oportunidades, e não como castigos ou desgraças da Vida.

(Benjamin Teixeira
pelo espírito Demétrius)