CHEGUE NA PAZ

26 de jul. de 2012

Amor e Sacrifício

Vocês precisam parar urgentemente de confundir amor com sacrifício. O amor não se sacrifica. Se você está fazendo uma coisa com sacrifício, então não é por amor. É verdade, minha gente! O amor faz coisas difíceis, coisas complicadas, coisas que exigem dele, mas com prazer, com toda a satisfação, porque ele se satisfaz em fazer. Agora, se você está se sacrificando, não está fazendo de coração.

- Ah! Calunga, mas é dever do filho se sacrificar pelo pai! É dever do pai se sacrificar pelo filho!
- Não, senhora! O dever do pai é dar amor ao filho, mas o amor que ele tem pra dar, nem menos, nem mais.

Quando a gente quer fazer mais que o nosso amor permite, vira sacrifício. E vocês pensam que tem proveito, que Deus está vendo... Vocês estão todos enganados! Deus quer que você dê amor real, não amor fingido. Era muito melhor você partir pra uma relação honesta, onde cada um dá o que tem e faz o que pode, que assim ninguém tem que exigir, nem tem de se enraivecer porque fez alguma coisa que não queria de verdade.
- Ai! Eu estou fazendo isso por amor!

Se você precisa pensar pra fazer, já não é! Porque quem ama, já vai amando, quem gosta já vai gostando, sem ter que pensar primeiro. E se é pra fazer, já vai fazendo, sem pensar em mais nada, apenas se realizando em fazer, sem saber de reconhecimento, de gratidão, de resultado, de coisa nenhuma! Mas isso só faz quem pode, quem já conquistou esta condição, quando então ela se torna espontânea na vida do Espírito.

O coração só se sacrifica pra fazer o que a cabeça acha que deve, mas não está saindo de dentro dele. Isto nunca foi amar! Porque, pro coração, é uma alegria expressar o que sente, independente de ser certo ou errado, racional ou irracional fácil ou difícil. E, quando tem de negar a sim mesmo, ele não sabe fazer nada, a não ser se fechar...

Vamos supor que eu quero visitar um amigo. Se eu tenho que atravessar a cidade e minhas varizes doem, a dor não é sacrifício. Eu posso estar tão contente por poder encontrá-lo, que nem vou sentir! Mas se eu começo a falar:
- Ai, minhas pernas! Que dor! Também, eu precisava visitar o Fulano!...
...Aí, já é pra cobrar pelo que fiz, já é achando que tenho direito de receber alguma coisa em troca pelo meu gesto. Vocês vêem como tem coisa podre escondida por trás desta conversa de sacrifício? Muita gente se sacrifica só pra se sentir no direito de exigir dos outros, de Deus, do destino. E aí é que o sacrifico vale menos que zero, mesmo!

Sabe por que vocês entraram no culto do sacrifício? É um substituto pro amor que vocês pensam que deviam oferecer, mas não tem pra dar, ou tem pouquinho. Então vocês oferecem sacrifício no lugar, que é uma prova da sua incapacidade de amar de verdade.



Do livro: Mestre de mim mesmo, de Calunga, por Rita Foelker
Editora: Grupo Irmãos do Livro, página 51/53, 4ª Edição – Maio/2001.