CHEGUE NA PAZ

20 de fev. de 2012

Vislumbres

“Vivemos para dizer quem somos.” (José Saramago)

“Deixa-te guiar pela criança que foste.” (José Saramago)

O nosso querido Saramago, o que quis dizer com esta frase?

Em meio à correria do dia-a-dia, quão frequentemente paramos para pensar
na criança que um dia, não tão distante, fomos?


As fotografias envelhecidas, guardadas em alguma gaveta esquecida do coração,
no fundo de algum velho baú da alma.


As lembranças de um tempo em que tudo era descoberta,
– a experiência misteriosa do existir.

A cidade da nossa infância: mistérios, surpresas, nuances...

Quem somos?
E como nos relacionamos com o mundo, com o tempo, com a história?

E se acaso falharmos em descobrir quem somos,
de que terá servido o nosso breve existir?


A vida nossa não é senão o lapso de tempo que nos é dado
para depositarmos
o nosso dom.

A partilha de dons e talentos, materiais e espirituais.
A efemeridade da vida eternizada no amor e na arte.


Diante da vastidão do tempo e do espaço,
quão frágil e preciosa é a experiência de viver.


O brilho no olhar de uma criança a cada nova descoberta,
e o fulgor das estrelas...


O silêncio das plantas, e as batidas de um coração;
As misteriosas conexões que ligam tudo que existe.

Nosso querido poeta Quintana dizia:
“A poesia purifica a alma, um belo poema sempre leva a Deus.”
(Mario Quintana)


Quão frequentemente recorremos à beleza e à poesia para purificarmos a nossa alma,
e nos elevarmos em direção a Deus?
(Mario Quintana)


A floração muda e silenciosa nos jardins que na nossa alma plantamos.

Roseirais dos corações, regados com as águas da Bondade,
da Ternura e da Compaixão.


A poesia adocica e tempera o coração.

Vislumbres do impalpável, do invisível, do inaudível,
generosamente partilhados
pelos poetas.

“A poesia é um sopro de eternidade.”
(Mario Quintana)