CHEGUE NA PAZ

11 de jan. de 2012

Colhendo pedras

Para o Espírito não existe velhice nem desgaste. É sempre novo, porque nele tudo se renova. Suas possibilidades se revigoram na experiência, desdobrando-se em novas capacidades. Ninguém se faz velho por ter vivido um determinado número de anos (só o corpo). Há envelhecimento, quando há desânimo, quando se volta as costas para os ideais. Os anos enrugam a pele mas, o abandono do entusiasmo, faz rugas na alma.

A dúvida, a falta de confiança em si próprio, o temor e o desespero, são os largos, larguíssimos anos, que fazem inclinar a cabeça e submergir o Espírito.

És tão jovem como a tua fé, e, tão velho como a tua dúvida;
tão jovem como a confiança em ti mesmo, e tão velho como o temor;
tão jovem como tua esperança e tão velho como a descrença.

Hoje somos aquilo que fizemos ontem.
Portanto acreditemos, amanhã será aquilo que fizermos hoje. Então façamos o melhor.

Na vida tudo recomeça: O dia, a noite, as estações, as marés e vazantes.

Mas a natureza é cíclica e repetitiva. Nós, não.
Nós podemos recomeçar sempre em nível melhor, com a experiência passada.

Sempre que uma pessoa passa por uma forte experiência de perda ou enfermidade, vê-se defronte a um convite de recomeço; uma necessidade urgente de correção ou de readaptação. E pode recomeçar melhor:

Seja um novo lar, uma vida nova, um novo emprego, uma nova atividade, uma transformação de hábitos, em prol da saúde — se invoca Deus com fé. Ele lhe infunde poder, e decisão para reconstruir sua vida.

Considera-se fé a confiança que se deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo. Assim, ela confere uma espécie de lucidez, que faz antever pelo pensamento os fins que se têm em vista e os meios de atingi-los, de maneira que aquele que a possui avança, por assim dizer, infalivelmente.

A fé sincera e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim. Pela fé o ser humano pode revelar valores desconhecidos dele próprio e canalizá-los de modo muito proveitoso à sua alma.

A fé racional e a esperança nos sustentarão.
Recomece melhor! Descubra os seus dons!

A nossa vida diária se constrói com tijolos de pensamentos, emoções, reações, palavras e experiências! Somos todos construtores! Conforme a qualidade de nossa vida e de nossos propósitos, assim é a construção e aprimoramento de nossa consciência ou a sua degeneração...

Nossa consciência é formada e reformulada diariamente com a nossa vida.

Tal como construímos e mantemos nossos lares; assim como organizamos e levamos avante nossos negócios — com maior ou menor empenho e zelo — assim também com nossa consciência, que reflete em nossa alma e em nossa felicidade.

Pelo conhecimento e prática sincera da verdade estamos aprendendo a manejar sabiamente a nossa vida. Escolher, manter e aprimorar pensamentos retos; evitar emoções negativas e cultivar sentimentos nobres; tomar consciência de nossas palavras e atitudes; agir sensatamente — por certo assegurará uma rica consciência, que nos abençoará profusamente com progresso interno e externo. É claro que isto pressupõe aspiração, que as pessoas de íntimo elevado alimentam. E também disciplina, que bem mostra nossas convicções. O certo é que, desse modo, conquistamos o respeito dos homens e as bênçãos de Deus.

Por que haveremos de viver vulgarmente, cedendo às inclinações da personalidade, por negligência, ausência de ideal ou preguiça?

Podemos dizer que a nossa vida é semelhante a uma caravana que caminhava no deserto penosamente num terreno árido, poeirento. As pessoas que a compunham tinham uma fé absoluta no guia e, confiadamente, entregavam a ele todas as decisões. Gostavam de o fazer, sobretudo quando, devido ao intenso calor do sol, ele decidia que viajassem de noite, reservando o dia para dormir.

Certa noite, após uma jornada particularmente esgotante, o guia, de repente, exclamou:
— Alto! Deter-nos-emos aqui por alguns momentos. Como vêem, atravessamos, neste momento, um terreno invulgarmente pedregoso. Quero que se abaixem e apanhem todas as pedras que consigam alcançar. Talvez consigam encher as bolsas e levá-las assim cheias para casa. Temos que fazer isso depressa! — Prosseguiu, batendo as palmas — temos apenas cinco minutos; depois disso, retomaremos a marcha.

Os viajantes, que apenas desejavam um prolongado descanso e um sono repousante, pensaram que o guia tinha enlouquecido.
— Pedras?! — Disseram eles — Quem pensa ele que somos nós?

Somente alguns fizeram o que o guia sugerira: puseram nas bolsas uns quantos punhados de pedras soltas.

— Bem, agora chega! — Disse o guia — Temos que andar de novo!

Enquanto continuavam a difícil caminhada, durante o resto da noite, todos se encontravam demasiado cansados para se darem ao incomodo de falar. Mas todos continuavam a perguntar a si mesmos o que poderiam significar as estranhas ordens daquele guia.

Quando o sol se levantou no horizonte, a caravana deteve-se de novo. Todos armaram as suas tendas. Os poucos viajantes que tinham apanhado as referidas pedras puderam vê-las detidamente pela primeira vez. Assombrados, começaram a gritar:
— Santo Deus! Todas elas são de cores diferentes! E como brilham! Realmente são pedras preciosas!

Mas esta sensação de júbilo depressa deu lugar a outra de depressão e abatimento:
— Por que não tivemos o bom senso de seguir as ordens do guia? Se assim fosse, teríamos apanhado o maior número de pedras possível!

A viagem da vida é semelhante a esta história, muitas vezes caminhamos por terrenos áridos, outras vezes encontramos um oásis, outras caminhamos por terrenos pedregosos, mas tudo isso é para que consigamos a perfeição.

Às vezes, não compreendemos o motivo dessas dificuldades, e praguejamos contra Deus e contra tudo, mas mesmo assim, temos que continuar caminhando, nesse trajeto muitos não se revoltam, mas procuram tirar bom proveito dessa situação, tem esperanças de um dia melhor e, aproveitam para aprender com essas dificuldades, começam a conhecer e, suas mentes clareiam, com isso a fé se robustece, e os problemas agora não mais os fazem sofrer. Começam a compreender seus semelhantes, sentem agora necessidade de ajudá-los e, fazem de tudo para os ensinar e facilitar sua caminhada.

Sempre teremos que andar com esforço próprio, de vez em quando encontraremos um cireneu que nos dará uma ajuda, assim como, também nós, ajudaremos outros. Mas o mérito está em conseguir chegar lá no apogeu com esforço próprio. E todos nós estamos juntos nessa caminhada. Podemos fazer esta viagem de uma maneira alegre, nos dando as mãos e apoiando-nos mutuamente.

Temos as lições e os exemplos de Jesus por nosso guia e as pedras no caminho, serão jóias quando a olharmos detidamente. Assim, não podemos dispensá-las. Temos que ter fé. Apanhá-las, e guardá-las com carinho. Porque a vida será o buril que as farão brilhar com todo o vigor tal qual o diamante.

Podemos pedir a Deus nosso Pai, forças para superar os percalços que encontramos no caminho. Vamos abrir a sacola, vamos ver as pedras que colhemos, isto é, se confiamos no nosso guia e as pegamos, com certeza a caminhada valeu a pena, caso contrário, não desanimemos, pois o amanhã será mais uma oportunidade que Deus nos oferece para aproveitarmos e conseguirmos também chegar ao objetivo... colhendo as pedras preciosas.

(Texto adaptado por E. Mollo através de uma mensagem esparsa)
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