CHEGUE NA PAZ

24 de dez. de 2011

A saúde da alma

"É necessário que a Medicina altere seus pontos de vista para incluir a espiritualidade em suas preocupações e estudos, ajudando as pessoas a perceberem a cura dentro de si mesmas." (Nubor Orlando Facure)

As organizações médicas de hoje definem a saúde como um bem-estar físico, psíquico e social. Uma das situações mais graves pela qual passa a humanidade atualmente é a doença social, nos seus múltiplos aspectos. A fome, a violência, a intolerância religiosa, o preconceito social, com seus inúmeros matizes, e toda sorte de mazelas que, frequentemente, colocam-nos uns contra os outros.

Se lançássemos mão dos recursos tecnológicos de que já dispomos, não conviveríamos com a fome e com inúmeras doenças das quais já sabemos como nos prevenir e tratá-las. Ainda não sabemos ser solidários ao ponto de distribuirmos os recursos necessários para o bem-estar de todas as nações, e ainda não aprendemos a reconhecer que o ser humano é a causa do seu próprio sofrimento.

Quase sempre procuramos encontrar a origem das nossas doenças do lado de fora, sem olhar para dentro e perceber que foram as nossas próprias escolhas que traçaram o rumo para a qual a vida parece nos levar. São poucos os que se empenham em abandonar os pequenos vícios, em ajustar os comportamentos afetivos evitando magoar os familiares mais próximos, e, quando mal percebemos, estamos às voltas com a úlcera, a hipertensão, a diabete ou as dores reumáticas. É urgente reconhecermos que todas as doenças, no fundo, pertencem à alma, são produtos da nossa mente antes de se expressarem no corpo físico que as reflete.

As doenças não podem ser vistas como castigo ou punição. Precisamos descobrir em todas elas uma oportunidade de recomposição das nossas energias espirituais e reconstrução do perispírito que nossa irresponsabilidade permitiu ultrajar.

Todos nós nos posicionamos ansiosos para curar qualquer mal que nos afeta. Lamentamos e fazemos mil promessas de renovação diante de uma ou outra doença mais grave. Porém, esquecemo-nos que, mais importante do que a cura, é a iluminação do espírito, seu crescimento diante da dor. As dificuldades com as doenças são provas que nos aprimoram para superar obstáculos. O aprendizado diante das doenças é extraordinário. Não propomos qualquer atitude de estoicismo para suportar resignadamente as dores que nos afetam.

O sofrimento oferece a oportunidade de superação, de autoconhecimento; é esta a lição que está subentendida nas dificuldades que as doenças nos faz percorrer.


"A dimensão espiritual que está implícita na natureza humana é aceita por uns, mas não por outros."

A espiritualidade tanto pode ser percebida pelo ser humano como uma manifestação subjetiva que o faz crer em sua transcendência, bem como sendo uma dimensão situada além dos limites sugeridos pelos sentidos. A avaliação científica desses dois domínios ainda esbarra nos preconceitos religiosos e nas ilusões de teorias pseudocientíficas. Cada indivíduo pode ser caracterizado por sua religiosidade, suas crenças particulares e práticas relativas à sua religião, sem, no entanto, manter um vínculo elevado com a espiritualidade.

A vivência espiritual é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas vivenciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que as suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve necessariamente religião.

Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente, tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.

Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos; tão simples como pisar na relva descalço ou caminhar pela noite solitário; para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conexão com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais.


Extraído: Guia para médiuns - Nº 39 - Pág 48