CHEGUE NA PAZ

18 de dez. de 2011

Onde mora a alegria?

Felisberto nunca conheceu uma vida fácil. Muito pelo contrário, lutou sempre e muito, desde sua bem tenra idade.

Ele sempre sonhara com a carreira artística. Desejou muito ser um humorista... e por causa desse seu sonho muitas vezes, mesmo em meio a sérias dificuldades, ele dava estrondosas gargalhadas, lendo ou ouvindo programas desse gênero.

Passaram-se os dias e conseqüentemente os anos e Felisberto tornou-se adulto.

Casou-se e dentro de algum tempo já era pai de duas graciosas e encantadoras crianças, que o amavam ardorosamente. A esposa lhe era fiel, amiga e companheira dedicada. Juntos viajaram e conheceram alguns países, inúmeras cidades e tantas belezas criadas pela natureza ou cultivadas e trabalhadas pelo homem.

Durante algum tempo, todo esse amontoado de circunstâncias curiosas envolveram Felisberto, fazendo com que ele se mantivesse interessado e, portanto, continuasse a valorizar a carreira que o transformou em um verdadeiro nômade. Todavia, com a repetição prolongada dos acontecimentos, fazendo sempre os mesmos percursos, revendo os mesmos lugares, repetindo inúmeras vezes as mesmas experiências, a
vida desse homem foi se tornando monótona, cansativa, tediosa e sem maiores encantos.

As energias se esgotavam em ritmo acelerado e as suas emoções estavam desgastadas e quase atrofiadas. No peito uma dor e na alma uma tristeza infinda. Era esse o resumo da sua vida. Preocupado com tudo isso, Felisberto procurou um médico, depois outro.

Clínicos, psiquiatras, psicólogos... mas não via nenhum resultado positivo. Encontrando-se então em um grande centro, ele procurou avistar-se com um famoso
cientista, a quem expôs a sua situação geral. Depois de vários exames, análises e outras exigências, o cientista concluiu que fisicamente ele estava bem, apenas o seu espírito e suas emoções estavam doentes. Para isto não havia medicamentos...

Então, recomendou-lhe que procurasse entretenimentos, fazendo em seguida a seguinte sugestão:

- Amigo, não envenene o seu corpo com tantas drogas. Procure simplesmente alguma coisa que o alegre. Aconselho-o a assistir nessa tarde a um dos espetáculos do Circo Internacional, que se encontra em nossa cidade. Tenho ouvido os maiores elogios a respeito dos referidos espetáculos.

- Sinto muito, doutor, mas tal coisa não me ajudaria em nada - replicou Felisberto, em tom de desânimo.

- E por que não? Depois de ouvir um pouco do humor do extraordinário palhaço, estou certo de que mudará de opinião. Ele tem a singular capacidade de acabar com as tristezas...

- Talvez o faça em relação aos outros, mas a mim jamais poderá fazê-lo, doutor. Não o fará porque aquele palhaço sou eu...

Autor desconhecido