CHEGUE NA PAZ

13 de jul. de 2011

Desenhando o amanhã

Aproximo-me de minha renovação, frente à mesa da vida, os pincéis usados, gastos pelo tempo que foi apresentado, mas cada qual com sua história, cada qual com sua representação, do amarelo ao preto cada um com seu significado.

Utilizados com a dignidade, com o amor, com a lisura, com a pureza, alguns que custaram muita dor, e pintaram trevas, outras alegrias deixando a beleza de campos floridos marcados pela eternidade.

Agora, a senhora vida coloca-me novos pincéis. Desejo com eles retificar erros passados, colocar mais flores em meus campos, trazer a força do sol para dentro de mim, o romantismo da lua para minha alma, a sabedoria dos mestres, a delicadeza dos poetas, usar cada qual com equilíbrio, calma e dedicar-me a esta nova pintura.

Vou deixar meu redor pronto para receber-te, deixar que tome contas de meus campos, que venha fazer parte de minha constelação, me permitir ser feliz e te fazer feliz.

Os pincéis aí estão prontos, você é minha tinta, começa a ser minha inspiração, os dedos, antes largados pela grande dor do abandono, começam a movimentar-se.

Os olhos, entregues ao infinito das lágrimas, começam a brilhar; a voz, embargada pela mágoa, começa a se soltar.

É a vida renovando-se, é você, com teu encanto, trazendo a esta grande pintura a esperança de voltar a ser feliz.

Certamente, por trás deste grande desenho, está alguém a quem um dia pedi, olhando para o oceano.

Nada mais te peço, Senhor, sem ser amar e ser amado por alguém pronto. Ele apresenta-me os pincéis e trouxe-me você.

Vem ser minha vida, vem...

Paulo Nunes Junior