CHEGUE NA PAZ

23 de jul. de 2010

Como aprender a meditar.


Tudo o que fazemos, nós o fazemos pela felicidade e nós a buscamos através do nosso trabalho, dos nossos amigos, da nossa família, através da arte, da ciência e tudo que nos cerca. Pela felicidade realizamos todas as tarefas da nossa vida diária, e esta é a razão pela qual continuamos a expandir o nosso mundo exterior. É prudente conhecer que dentro de nós reside uma felicidade, a mesma felicidade que buscamos no mundo exterior. Se, ao pensarmos na alegria que obtemos em diferentes atividades e situações, nos daremos conta de que vivenciamos a felicidade não nas atividades, mas dentro de nós mesmos. Vivemos a procura de um néctar em todas as atividades do mundo exterior. O que procuramos na realidade é a Verdade Suprema, a integração da nossa consciência pessoal. Através da meditação podemos experimentar essa Verdade que vibra no coração em forma de felicidade sublime. O ser humano é magnífico. O que nos faz pequeno é tão somente nosso entendimento incorreto da nossa verdadeira natureza, nossa distorção. Pensamos que somos o corpo. Cremos que somos uma determinada estrutura física. Pensamos que somos um homem ou uma mulher e que pertencemos a uma classe ou país determinados. Nós nos identificamos com nosso pensamento, com nossos talentos, com nossas ações boas ou más, mas, no entanto, nenhuma dessas coisas é o que realmente somos. Dentro de nós há um Ser que conhece todas as ações do corpo e da nossa mente e permanece intocado por elas. Nosso Self, nossa essência. Esse corpo se chama o campo e aquele que o conhece chama-se conhecedor do campo, aquele que conhece o campo tem de ser diferente do campo. Aquele que vive no corpo, mas existe à parte desse corpo e, o que o conhece é o nosso verdadeiro Ser. Esse Ser está além do corpo, além da mente, além das distinções, nome, cor, sexo. É a consciência do Eu puro, do Eu original, que está conosco desde que viemos a este mundo. Há muitas práticas e técnicas que supomos permitir ter acesso a este EU puro, mas, de todas elas, a meditação é a que é recomendada por todos os sábios, porque com a meditação podemos perceber diretamente o Ser interior. "Aquele que vive no coração não pode ser encontrado nos objetos sensórios". Como esse Ser é a nossa consciência mais íntima, precisamos nos dirigir ao nosso interior para termos diretamente dele uma experiência. Pela meditação, os antigos sábios descobriram as diversas leis da sociedade, os segredos das ciências e executaram grandes tarefas. Ela é universal, não sendo propriedade de nenhuma seita, culto ou religião em particular. Ela não é difícil, nem estranha. A meditação é um purificador tão grande que elimina muitas tensões, stress, e impurezas da mente e da alma humana. Com ela a nossa consciência interior se expande, a nossa compreensão das coisas internas e externas se faz progressivamente mais profundas e, acima de tudo, ela acalma a mente que constantemente divaga e se distrai, causando contínuo sofrimento e possibilita nos levar para um estado de paz interior, independente de qualquer fator externo. A meditação, mais do que tudo, nos faz conscientes da nossa verdadeira natureza. "Pense que a idéia que tens de ti mesmo muda à medida que muda a sua consciência”. Um policial, quando é um simples policial dirá: "Eu sou um policial". Quando ele subir de posto dirá: "Eu sou um capitão" e conseqüentemente, quando subir novamente, dirá: "Eu sou um general". O mesmo Eu foi quem vivenciou estes estados. Quando o rio flui para o oceano e se incorpora a ele, já não mais é um rio é sim o oceano. Nós podemos começar a meditar para relaxar, descansar e poderemos experimentar paz interior. É importante saber que toda dedicação na meditação é considerada útil, nada é desperdiçado e que, conseqüentemente e gradativamente, essa prática expandirá nossa consciência, nosso Ser interior. Pela meditação poderemos chegar a um lugar, que o vento não sopra, que o fogo não fere e este é, certamente, o país da felicidade eterna. Todos que se estabeleceram neste lugar se libertaram, nada poderá tocá-los, nem a morte, nem o infortúnio, nenhum medo. Ali se atinge a libertação do espírito.

Então vamos começar? Que tal nos apropriarmos de alguns minutos durante o dia para realizarmos a nossa meditação?

Você poderá escolher um horário ao amanhecer, ao nascer do sol quando ele despontar radiante ou ao meio do dia como os antigos egípcios faziam, ou ainda ao pôr do sol quando a quietude e a paz tomam conta do entardecer. Comece com apenas cinco minutos. Acomode-se num lugar tranqüilo e se certifique que não será incomodado. Feche os olhos, solte o corpo e somente sinta a sua respiração, o ar que entra e sai, procure se concentrar nele. Perceba que, quando inspira, está deixando o universo entrar dentro de você e quando expira, está deixando o seu universo interno sair numa suave troca com o universo, num equilíbrio harmonioso. Tenha certeza que este é o início de uma jornada maravilhosa.
Monica Borine